Bate-papo sobre autismo com paciente Arthur de 11 anos

Já se perguntou como uma criança com autismo percebe o mundo ao seu redor? Ou como é ouvir sobre o autismo diretamente de quem vive essa realidade, em vez de apenas profissionais?

A Dra. Celeste, psiquiatra especialista em saúde familiar, teve a oportunidade de participar de um bate-papo emocionante com Arthur, um menino de 11 anos revelado com autismo tipo 1. Nesse diálogo sincero, Arthur apresenta detalhes de sua rotina, desafios e pequenas vitórias, oferecendo uma visão autêntica e cheia de sensibilidade. Para pais de crianças autistas, esse relato é um convite para compreender melhor o universo único de seus filhos.

O que é autismo?

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento que diz respeito à comunicação, ao comportamento e à interação social. Ele não é uma doença, mas sim uma maneira diferente de o cérebro funcionar. O TEA é chamado de “espectro” porque abrange uma ampla variedade de manifestações e graus de suporte necessários.

Os níveis do TEA

  • Autismo tipo 1: Leve, com necessidade de pouco suporte. Uma criança pode ter dificuldades em suas interações sociais e lidar com as mudanças na rotina, mas consegue certo nível de independência.
  • Autismo tipo 2: Moderado, com necessidade de suporte regular. Aqui, os desafios são mais evidentes, como maior dificuldade em se comunicar verbalmente e lidar com situações sociais.
  • Autismo tipo 3: Grave, com necessidade de suporte intenso. Uma criança pode apresentar uma comunicação muito limitada e precisar de ajuda constante para tarefas do dia a dia.

Acompanhamentos necessários para crianças autistas

O desenvolvimento pleno e saudável de crianças com TEA depende de um acompanhamento interdisciplinar. Cada criança é única, então os planos terapêuticos variam, mas incluem:

  1. Acompanhamento psiquiátrico:
    Fundamental para monitorar a saúde mental da criança, tratar possíveis comorbidades como ansiedade ou TDAH, e ajustar intervenções médicas quando necessário.
  2. Terapia comportamental:
    Técnicas como a ABA (Análise do Comportamento Aplicada) ajudam na modificação de comportamentos e na construção de habilidades sociais e de comunicação.
  3. Terapia ocupacional:
    Trabalha as habilidades motoras finas, sensoriais e de autonomia, ajudando a criança a lidar com as tarefas cotidianas.
  4. Fonoaudiologia:
    Essencial para crianças que têm dificuldades na comunicação verbal ou não verbal.
  5. Apoio educacional:
    Escolas inclusivas ou adaptadas, com professores treinados para lidar com as necessidades do espectro, fazem uma enorme diferença.
  6. Psicoeducação para os pais:
    Os pais desempenham um papel central no desenvolvimento de crianças com TEA. Participe de grupos de apoio ou sessões de orientação na construção de um ambiente acolhedor e estimulante.

O que aprendemos com Arthur

No bate-papo, Arthur revelou que, para ele, as rotinas e as pessoas que entendem o seu jeito de ser são o que mais o ajuda a se sentir seguro e feliz. Ele explicou como gosta de aprender, mas também comentou sobre momentos em que sente dificuldade.

Ao ouvir a perspectiva de Arthur, é possível entender que o autismo não define quem ele é, mas é parte de sua identidade e de como ele experimenta o mundo. E para pais de crianças autistas, a maior lição é que, com o suporte certo e muita empatia, é possível criar um ambiente em que a criança se sinta valorizada e compreendida.

Se você é pai, mãe ou cuidador de uma criança com TEA, lembre-se: cada passo importante e cada vitória, por menor que apareça, é um grande avanço.

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